Corrandes d'exili [Portuguese translation]
Corrandes d'exili [Portuguese translation]
Numa noite de lua cheia
Atravessamos a cumeada,
Lentamente, sem dizer nada...
Se a lua atingiu a plenidão
Também atingira-a a nossa mágoa.
Minha amada me acompanha
Com a pele dourada e a expressão séria
(Qual uma ícone da Virgem
Que tinham topado na montanha).
Para a guerra nos perdoar,
- A que dessangra, a que laida -
Antes de cruzar a raia
Ajoelho-me e beijo a terra
E ameigo-a com a espádua.
Na Catalunha deixei
O dia da minha partida
Meia vida dormida;
A outra meitade veio comigo
Para eu não ficar sem vida.
Hoje nas terras da França
E amanhã, ainda mais longe talvez;
Não vou morrer de saudade
Mas da saudade viverei.
No meu corruncho do Vallês
Três outeiros criam uma serra,
Quatro pinheiros uma floresta espessa;
Cinco quintas, terra demais.
«Como o Vallês, não há rem».
Que os pinheiros circundem a cala,
A ermida em cima do morro;
E na vargem, um varal
Que sembra uma asa a bater.
Uma esperança desfeita,
Um remorso imenso,
E uma pátria tão pequena
Que eu posso sonhar inteira.
- Artist:Lluís Llach
- Album:T'estimo (1984)